terça-feira, 4 de agosto de 2009

Novo fármaco mostra-se eficaz a travar progressão de Alzheimer - Estudo da Aberdeen University

Um novo fármaco, ainda a ser testado por investigadores da Aberdeen University, nos EUA, parece actuar sobre os mecanismos que levam à progressão da doença de Alzheimer.

O estudo de fase II envolveu 321 pacientes no Reino Unido e em Singapura e foi liderado por Claude Wischik. Os pacientes foram submetidos a TAC (tomografia axial computadorizada) cerebral no início da pesquisa e 25 semanas depois da administração do fármaco.

Segundo os especialistas, a deterioração cognitiva dos pacientes, a quem foi administrado o fármaco, terá sido 80% inferior à do grupo controlo que não testou o fármaco. Tal como explica a equipa, um neurónio saudável precisa de uma proteína, chamada "tau", para manter as funções.

Porém, com a doença de Alzheimer, as "tau" começam a funcionar de forma anómala e agrupam-se, formando novelos neurofibrilhares que destroem a célula nervosa.

No entanto, quando o medicamento rember é usado antes da célula nervosa morrer, consegue impedir que as proteínas se agrupem porque não lhes possibilita a comunicação.

De acordo com o estudo, o novo fármaco é 50% mais eficaz que o cloridrato de donepezilo, o fármaco recomendado no tratamento da doença.

A terceira fase de testes irá arrancar no próximo ano e o fármaco poderá estar disponível no mercado em 2012.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

28 de Outubro de 2008

Descobertos agentes que aceleram destruição de proteínas do Alzheimer

Ao adotar um novo modo de ação para o tratamento e a prevenção de doença de Alzheimer, uma equipe de pesquisa, liderada pela Clínica Mayo (campus de Jacksonville, Flórida), constatou que determinados agentes químicos fármaco utilizados como medicamentos podem acelerar a destruição das proteínas beta-amilóide (beta-A), que formam placas no cérebro dos pacientes com a doença. Os pesquisadores afirmaram que seu estudo, publicado na edição de 22 de abril do jornal PLoS ONE, demonstra que a estratégia é uma alternativa viável e promissora ao modo de ação de medicamentos desenvolvidos até agora.

"Historicamente, tem se feito um grande esforço para bloquear a produção inicial da Beta A, para interromper o desenvolvimento da doença de Alzheimer, mas estamos mais interessados em saber o que ocorre com a beta-A depois que é produzida", explica o pesquisador-chefe do estudo, Malcolm Leissring, Ph.D., do Departamento de Neurociência da Clínica Mayo.

Novos Agentes Químicos - Os pesquisadores descobriram dois elementos químicos que podem acelerar a atividade de uma molécula, a enzima degradadora de insulina (IDE - insulin-degrading enzyme), que ajuda a destruir as proteínas beta-A produzidas no cérebro. Em experiências de laboratório, os cientistas da Mayo descobriram que um agente, chamado Ia1, aumentou a atividade da IDE em cerca de 700%, enquanto um segundo composto, o Ia2, aumentou a atividade da IDE em quase 400%.

"Esse estudo descreve as primeiras amostras de ativadores de pequenas moléculas sintéticas da IDE, demonstrando que a ativação dessa enzima com o uso de compostos fármaco-equivalentes é possível", diz Malcolm Leissring. "Se for possível desenvolver medicamentos, para uso humano, que estimulem a atividade da IDE, esses agentes poderão oferecer benefícios terapêuticos para o tratamento e a prevenção da doença de Alzheimer", ele afirma.

Como a IDE também destrói excessos de insulina no corpo - e esse é o papel principal que se conhece dela, os ativadores de pequenas moléculas também podem ser úteis no controle do diabetes, ele explica.

A A-beta é produzida quando uma proteína grande, conhecida como proteína precursora da amilóide (APP - amyloid precursor protein), é dividida em partes menores por outras enzimas, conhecidas como beta-secretase e gama-secretase.

Não se sabe muito sobre o que acontece com as proteínas Beta-A, depois que são produzidas, diz o pesquisador. O que se sabe é que essas proteínas, especialmente aquelas com um certo comprimento, são encontradas, apegadas umas as outras, em agrupamentos de placas nos cérebros de pacientes com a doença de Alzheimer. Por causa disso, os desenvolvedores de medicamentos têm seguido a estratégia de tentar inibir a divisão da APP pela beta-secretase e pela gama-secretase, argumentando que, se não houver produção das proteínas A-beta, não haverá formação de placas no cérebro. Mas, até o momento, esse e outros métodos não resultaram em terapias claramente benéficas.

Alternativamente, esse grupo de pesquisadores preferiu se concentrar no que acontece, no final das contas, com as proteínas Beta-A produzidas em um cérebro normal. Descobriram, para sua surpresa, que mais de 99% dessas proteínas é destruída imediatamente, conta Malcolm Leissring. "Normalmente, há um equilíbrio entre a produção e a eliminação da Beta-9 no cérebro", ele explica. "Não sabemos porque esse equilíbrio é distorcido em pessoas que desenvolvem a doença de Alzheimer, mas uma hipótese é a de que, conforme envelhecemos, a atividade das enzimas que destroem a Beta-A entra em declínio", diz.

A IDE foi a primeira enzima degradadora - ou protease - implicada nesse desequilíbrio, afirma o pesquisador. A enzima tem o formato de uma concha de marisco que abre e fecha, no jeito do "Pac-Man", o protagonista do bem conhecido videogame, ele diz. As proteínas BetaA se inserem dentro da enzima aberta, que então se fecha e as devora.

Nesse estudo, os pesquisadores examinaram dezenas de milhares de elementos químicos, buscando por aqueles que poderiam se ligar à IDE e modular sua atividade. Isso levou à descoberta e ao teste dos compostos Ia1 e Ia2.

O pesquisador afirma que as descobertas não sugerem que esses compostos devam ser testados em humanos; demonstram, de certa forma, que a ativação da IDE em um tubo de ensaio é possível e que mais trabalho é necessário nesse novo método. "A história que está surgindo, agora, é que o nível de atividade das enzimas degradadoras da Beta A podem exercer um papel significativo no desenvolvimento da doença da Alzheimer", afirma. "Agora, vamos trabalhar ativamente no capítulo seguinte", declara.

O estudo foi financiado por verbas dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA. A autora principal do estudo, Christelle Cabrol, da Universidade de Paris, participou de um programa da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida. A sua residência na Mayo foi patrocinada por uma doação do "The Unforgettable Fund", uma instituição de assistencial da Flórida. Entre os co-autores do estudo estão pesquisadores do "The Scripps Research Institute" e da "Harvard Medical School". O pesquisador Malcolm Leissring conduziu as pesquisas nessas instituições, antes de integrar a equipe da Clínica Mayo, em 2007.

Para mais informações sobre tratamento da doença de Alzheimer na Clínica Mayo, de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 904-953-7000 ou escreva para intl.mcj@mayo.edu.